Eu estava na fila de 15 volumes do supermercado quando eu ouvi: ‘ Senhora, essa é a fila para compras até 15volumes’ ela disse. Eu olhei ao redor para ver de quem essa mulher estava falando. O meu carrinho tinha nada a mais, nada a menos que 15 itens. Eu contei duas vezes para confirmar. Enquanto ela estava olhando as prateleiras na fila com seu marido eu percebi que ela comentava sobre mim. Virei para trás e falei para ela que meu carrinho tinha somente os requeridos 15 itens. Ela saiu daquela fila com o carrinho dela de maneira brava e grosseira.
Depois, ela, em uma fila próxima a minha com seu marido, disse com voz acusadora e com sarcasmo: ‘Ela disse ter somente os 15 itens’. Nesse ponto, dizer que eu fiquei defensiva é um pouco de se esperar. Me subiu uma raiva. Eu sentia que estava quente e me surpreendi com a intensidade da minha própria reação. Eu me inclinei pra o lado dela e falei para ela com um tom nervoso: ‘Eu só tenho 15 itens, senhora. Você quer vir aqui e contar?`. O marido dela fez com a mão sinal para que eu arredasse para trás e deixasse de brigar.
Com vergonha eu parei e depois paguei a minha conta conferindo ainda que somente houvesse os 15 itens. Como eu queria mostrar para ela a minha nota fiscal. No carro de volta para casa eu estava tão chateada que tive que parar o carro. Eu estava tremendo. Eu tinha acabado de brigar com uma estranha na fila de 15 volumes do supermercado. O que tinha acontecido? Sobre o que foi aquilo tudo?
Eva – O que aconteceu?
Eva foi dada ao mundo como a encarnação de um belo e cativante Deus – uma oferenda de vida, uma amante salvadora de vida, uma especialista em relacionamentos, cheia de ternura, compaixão e esperança. Sim, ela trouxe uma força para o mundo, não uma força brutal ou de ponta afiada. Ela era convidativa, atraente e cativante.
É essa a experiência que você tem com as mulheres que você conhece? É essa a experiência que as pessoas têm com você?
Por que será que só poucas mulheres têm uma vida que seja similar a uma vida de romance? Solidão e senso de vazio são os temas mais comuns entre mulheres – tão comuns são esses sentimentos que a maioria das mulheres enterrou seus desejos por romance há muito tempo e estão vivendo agora só para sobreviver e para passar por mais uma semana. E não é somente sobre romance – Por que as mulheres estão sofrendo dificuldades em seus relacionamentos em geral? Suas famílias, seus amigos, seus melhores amigos todos parecem ter que sofrer com um vírus que as tornam indisponíveis, e as deixou sozinhas no final do dia. Ainda quando os relacionamentos são bons, não é o bastante. De onde que vem essa questão?
E as mulheres estão cansadas. Nós estamos exaustas. Mas esse cansaço não se dá por causa de vivermos aventuras compartilhadas. Não, o cansaço das mulheres vem de vidas esmagadas pela rotina, com trabalho regular e com muitas exigências. Como disse Chekov: ‘Qualquer tolo pode enfrentar uma crise. É o dia a dia que o mata de cansaço’
De alguma forma, em algum lugar da nossa juventude e passado, eficiência tem sido nossa aventura. A maior parte as mulheres não se sentem como se estivessem atuando em um papel insubstituível de uma grande estória. Não, nós lutamos para saber se temos valor de alguma forma. Se estivermos em casa ficamos com vergonha por não termos uma vida real. Nós somos engolidas pelas roupas a serem lavadas. Se tivermos uma carreira, sentimos como se estivéssemos perdendo o que mais importa na vida que é casar e ter filhos. Nós somos engolidas por reuniões.
A pergunta mais profunda de uma mulher
Finalmente, as mulheres questionam muito se elas têm uma beleza genuína para mostrar. Essa é a nossa mais profunda dúvida. Em se falando de beleza, nós hesitamos entre tentativas fortes e conformismo. Novas dietas, roupas novas, nova cor de cabelo, ginástica, disciplina, tentamos aquele programa para nos melhorar. Ah, deixa pra lá. Quem se importa. Colocamos uma capa e continuamos a vida. Esconder. Escondemos no mercado de trabalho, escondemos em atividades da igreja, escondemos na depressão. Não tem nada cativante em mim. Certamente não tem nada cativante dentro de mim. Se eu tiver sorte posso pegar algo cativante do lado de fora.
Quando eu saio para uma festa, para um jantar, para casa de amigos, qualquer lugar em que eu vá ver outras pessoas eu fico nervosa. Normalmente eu não tenho consciência do que eu realmente estou sentindo, mas eu me pego passando batom várias vezes no caminho quando estou no carro. Quanto mais nervosa eu estou, mais batom eu passo. Mais perto do meu destino, eu passo mais batom. Há um tempo atrás eu achei uma pista nesse habito meu quando eu estava passando mais uma camada de batom desnecessária. O que é que eu estava fazendo? Eu estava com medo. Pelo menos se a minha maquiagem parecesse boa, talvez eu pudesse não estar tão exposta. Descoberta. Vista.
Toda mulher, bem no cerne de seu ser, é assombrada por Eva. Ela sabe, sempre que passa por um espelho, que ela não é quem ela deveria ser. Nós somos mais fortemente conscientes da nossa falha em alcançar um padrão do que qualquer pessoa. Lembrando da glória que uma vez foi nossa desperta meu coração para uma dor que há muito não tem sido tratada. É muita coisa para ter esperança, muita coisa perdida.
Sabe, toda garota e todo garoto estão fazendo uma pergunta fundamental. Mas são perguntas diferentes para garotos e garotas pequenos. Meninos querem saber se eles têm tudo àquilo que precisam. Todas as brigas de rua, apostas e roupas de super-heróis, com tudo isso o garoto está tentando provar que ele tem tudo que ele precisa. Ele foi feito à imagem e semelhança de um Deus guerreiro. O homem se enche com sua busca por valor que deseja uma carreira como maneira de responder a sua pergunta.
Meninas querem saber se elas são amáveis. Camisetas brilhantes, vestidos de festa, o desejo de ser bonita e ser vista – essa é a questão. Nós estamos buscando responder a nossa pergunta. Quando eu era uma menina de uns 5 anos mais ou menos, eu me lembro de cantar na mesa de café da casa dos meus avós. Eu queria atenção, especialmente do meu pai. Eu queria ser cativante. Todas nós queríamos. Mas para a maioria de nós, a resposta para nossa pergunta foi: Não, não há nada de cativante em você. Saia da mesa. O que move a mulher em sua vida adulta é esse desejo por ser agradável, bonita e insubstituível. E ter sua pergunta respondida: Sim!
Por que essa pergunta sempre permanece? Por que não temos experimentado descanso em uma resposta pessoal e maravilhosa para nossos corações.
A queda de Eva
Quando o mundo era novo e inocente – os dois, homem e mulher – estavam pelados sem sentir vergonha (Gen 2:25). Nada a esconder. Simplesmente.... Glorioso. E enquanto esse mundo e nós éramos jovens, bonitos e cheios de vida, uma esquina estava sendo virada. Algo que já ouvimos falar aconteceu. Mas nunca entendemos muito bem esse acontecimento, caso contrário nós veríamos isso acontecendo todo dia em nossas vidas. Mais importante, veríamos também as chances dadas a nós todos os dias de reverter essa situação.
Agora a serpente era a mais esperta das criaturas que o Senhor Deus tinha feito. ‘Mesmo?’ Ela perguntou a mulher. ‘Deus falou que vocês não poderiam comer nenhuma fruta do Jardim?’
‘Claro que podemos comê-las’ a mulher respondeu para ela. ‘ É somente a fruta da árvore que está no centro do jardim que não nos é permitido comer. Deus falou que não podemos comer ou sequer tocar nela, caso contrário, morreríamos.
‘Você não vai morrer!’ A serpente insistiu. ‘ Deus sabe que seus olhos se abririam se você comesse o fruto. Você se tornará igual a Deus, conhecedora do bem e do mal. ’
A mulher foi convencida. O fruto parecia tão gostoso e fresquinho. Afinal de contas, o fruto a tornaria tão sábia! Então ela comeu um pouco do fruto. Ela também deu para seu marido comer, pois ele estava lá com ela. (Gen 3:1-6)
A mulher foi convencida. É isso? Assim mesmo? Uma questão de momento? Convencida de quê? Olhe para seu próprio coração e você vai ver. Convencida de que Deus não a estava segurando. Convencida que ela não poderia confiar no coração que Deus tinha para ela. Convencida que para aproveitar o máximo da vida, ela deveria tomar o controle das coisas em suas mãos. E assim ela fez. Ela é a primeira a cair. Na sua desobediência, a mulher viola a sua própria essência. Eva veio como se fosse uma espécie de salvadora para Adão. Era para ela trazer mais vida para Adão, convidando ele para a vida. Ao invés disso, ela o convida para a morte.
Agora, para ser sincera, Adão não está correndo para o resgate de Eva. Deixe-me fazer uma pergunta: Onde estava Adão enquanto a serpente estava tentando Eva? Ele estava lá o tempo todo: ‘E ela também deu um pouco para seu marido que estava com ela e ele comeu também. ’(Gen3:6). A palavra em Hebreu para ‘com ela’ significa ‘lá mesmo’, ombro a ombro. Adão não estava em outra parte da floresta. Ele assistiu todo o se desenrolar da cena. O que ele faz? Nada. Absolutamente nada! Ele não se arriscaria, ele não iria brigar e não resgataria Eva. Nosso primeiro pai – o primeiro homem da terra ficou paralisado. Ele negou sua própria natureza e permaneceu passivo. E todo homem que veio depois dele, todo filho de Adão, carrega agora em seu coração a mesma falha. Todo homem repete o pecado de Adão todo dia. Não arriscam, não brigam e não resgatam Eva.
Você pode ver essa cena passando todos os dias. Quando se precisa de um homem para superar algo por nós.... procure. Eles desaparecem, saem silenciosos e passivos. ‘Ele não conversa comigo’ muitas mulheres lamentam. Eles não brigam por nós.
E a mulher? Temos a tendência de desaprovar e controlar. Nós, como Eva, ficamos tão facilmente encantadas, caindo assim nas ciladas mentirosas de nosso inimigo. Perdendo nossa confiança em Deus, nós acreditamos que para ganhar a vida que precisamos, temos que ter o controle em nossas mãos. E estamos machucadas com esse profundo vazio que não parece ser possível de preencher.
A maldição
Para a mulher ele declarou:
‘Multiplicarei grandemente seu sofrimento na gravidez;
Com sofrimento dará a luz a seus filhos.
Seu desejo será para seu marido,
E ele a dominará’
E para o homem Deus declarou:
‘Visto que você deu ouvidos à sua mulher
E comeu o fruto da árvore da qual eu lhe
Ordenara que não comesse,
Maldita é a terra por sua causa;
Com sofrimento se alimentará dela
Todos os dias da sua vida
Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas,
E você terá que alimentar-se das plantas do campo’ Gen3:16-18
Agora devemos prestar atenção cuidadosamente a tudo isso e, principalmente às maldições pronunciadas por Deus, pois essa estória explica nossa vida atual. A maldição de Adão não se resume em espinhos e ervas daninhas, se fosse assim, os homens que não são fazendeiros podem escapar a essa maldição. Pegue um emprego de colarinho branco e você está fora de alcance. Mas as implicações são mais profundas para os filhos de Adão. O homem é amaldiçoado com futilidade e fracasso. A vida se torna difícil para o homem e ele vai sentir bastante. O fracasso é o maior medo do homem.
Da mesma forma, a maldição para Eva e suas filhas não se resume apenas aos filhos e casamento, pois se fosse assim, toda mulher solteira sem filhos escaparia à maldição.
O significado é profundo e as implicações são para toda filha de Eva. A mulher é amaldiçoada com solidão (um problema relacional), com a necessidade de controlar (especialmente seu homem), e com a dominância masculina (o que não representa como as coisas devem ser, e não é necessariamente uma coisa boa – é o fruto da queda e um triste fato da história).
Isso não é verdade? Não são as nossas mais profundas preocupações e problemas questões relacionais? Nossas questões não estão sempre relacionadas a uma outra pessoa? Mesmo quando você passa por uma fase boa, o seu anseio por intimidade já esteve preenchido de maneira duradoura? Existe um vazio em nós que estamos tentando preencher continuamente. Você consegue ver como você precisa ter as coisas sob controle – sejam essas coisas projetos, ministério ou casamento? Você se sente confortável se deixando nas mãos de outra pessoa? Você nunca sentiu que esse é um mundo de homens? E que sua vulnerabilidade como mulher era uma tarefa? A maioria das mulheres odeia sua vulnerabilidade. Não estamos sendo convidativas, ao contrário, estamos nos guardando. A maior parte de nossas energias são usadas para tentar esconder quem realmente somos e controlamos assim nosso mundo para ter um senso de segurança.
Quando o homem vai mal, como todo homem já foi alguma vez depois da queda, o que está sendo quebrada é a sua força. Ou ele se torna um homem passivo, um homem fraco, -(entrega sua força) ou ele se torna um homem agressivo e violento (ele tenta colar sua força). Quando a mulher cai da graça, o que é quebrado mais profundamente é a sua ternura e vulnerabilidade, a beleza que convida para a vida. Ela se torna dominadora e controladora – uma mulher desolada, carente e desinteressante.
Mulher dominadora
Pense por um instante nas qualidades que você não gosta em uma mulher – Pode até pensar em mulheres personagens de filmes. Em O Encantador de Cavalos, 1998, a personagem Annie é uma sofisticada Professional nova-iorquina, a editora de uma revista líder no mercado feminino. Ela é também uma mulher incrivelmente controladora. A filha de Annie foi hospitalizada em situação crítica por causa de um acidente de cavalo. É de se esperar que Annie fique balançada no fundo. O jeito que ela leva a situação é dominando – os médicos, as enfermeiras, o marido e até a filha machucada. Num momento ela percebe que o soro da filha está acabando.
‘Não posso deixar isso para essas pessoas.’
(ela vai ao corredor e pega uma enfermeira que está passando)
‘Com Licença. Minha filha está precisando de um soro novo.’
‘Sim, Eu sei – estamos tomando conta dela...’
‘Bem, Eu gostaria que você providenciasse isso agora, por favor.’
(Por favor, foi um tratamento cordial, e Annie volta ao quarto e conta a situação ao seu marido que já estava com vergonha).
‘Temos que ficar em cima dessas pessoas o tempo todo’
Ela não precisa de ninguém. Ela está encarregada – ‘em cima das pessoas constantemente’. Ela é uma mulher que sabe conseguir o que quer. (Alguns de nós até admiramos isso!). Mas considere isso – não tem nenhuma compaixão nela, nenhuma ternura e certamente nenhuma vulnerabilidade. Ela abandonou os aspectos essenciais da feminilidade.
Pense na noiva de Tom Cruise em A Grande Virada: ‘Eu não vou deixar você fazer isso comigo Jerry’. Ou a Mãe de Rose em Titanic: ‘Temos que sobreviver!’ Essa frase também dita em Vem Dançar comigo pela terrível mãe. Note também que a maior parte das bruxas espertas são mulheres. Ou madrastas. Você já se perguntou por que as coisas foram assim por anos até o movimento feminista. Podemos notar a ironia, por que os furacões foram nomeados com nomes de mulheres?
A Eva caída controla seus relacionamentos. Ela se recusa a ser vulnerável. E se ela não pode segurar seus relacionamentos, ela mata o desejo de seu coração por intimidade para que ela fique segura e no controle. Ela se torna uma mulher que não precisa de ninguém muito menos dos homens. Como que isso se desenvolve no desenrolar da vida e como as feridas da infância moldam as convicções de seu coração é uma questão complicada, mas de muita importância. No entanto, por debaixo de tudo e por detrás de tudo, existe uma verdade simples: mulheres dominam e controlam por que elas têm medo de sua vulnerabilidade. Distante de Deus e do Édem, isso parece o melhor jeito de se viver. Mas considere isso ‘Tudo que não é pela fé é pecado’(Rom14:23). Aquele jeito auto-protetor de relacionar com os outros não tem nada a ver com amar as pessoas e confiar em Deus. Isso é nossa resposta carnal a um mundo perigoso.
O que estamos falando não é que a mulher não possa estar errada. Mas estamos falando que muitas mulheres têm dispensado sua feminilidade para se sentirem seguras e no controle. A sua força está mais masculina do que feminina. Não tem nada convidativo e belo nela, nada de ternura ou compaixão. Seria como a figura de Shakespeare Macbeth, que pede aos deuses para tirar dela a forma sexuada, remover sua feminilidade. Assim, ela poderia controlar a fatalidade do relacionamento com os homens em sua vida, desta forma seria protegida do destino.
Mulheres controladoras são aquelas que não confiam em ninguém para dirigir seus carros. Ou para ajudar na cozinha. Ou para falar em nossos retiros ou encontros. Ou para carregar alguma coisa para nós. Fazemos as decisões que são ‘nossas’. Sugira um vestido diferente, agenda, restaurante ou rota. Nós fazemos reservas sozinhas quando viajamos. Nós planejamos festas de aniversários perfeitas para nossos filhos. Podemos dar uma aparência de que apenas estamos querendo ser boas mães, ou boas amigas, mas o que normalmente fazemos é arrumar as vidas das outras pessoas. A mulher controladora é como disse C.S.Lewis, ‘Aquele que vive para os outros. Você pode perceber os outros por suas expressões de cassados. ’
A mulher controladora tende a ser muito bem recompensada no nosso mundinho caído. Somos aquelas que recebem promoções corporativas. Somos encarregadas de ministérios de mulheres. Nós talvez nunca consideremos que por viver uma vida de controle e domínio estamos nos recusando a confiar em Deus. Talvez nunca nos demos conta de que algo precioso se perdeu em nós. Algo nosso que o mundo precisa muito.
Mulheres Desoladas
Se por um lado descobrimos que a Eva caída se torna dura e controladora, por outro lado achamos mulheres desoladas, carentes e vulneráveis demais. Mulheres como Ruth Jamison em Tomates Verdes Fritos. Ela é tão ingênua, perdida, sem nenhuma noção de si mesma. Ela está sob o abuso de um homem mal, mas não tem o desejo de sair disso. Tire fora situações abusivas e vamos ter uma mulher como Marianne de Razão e Sensibilidade que está disposta a se entregar a um homem muito pouco confiável. Ela está desesperada para ser amada. E ela acaba machucada.
Mulheres desoladas são governadas por dores profundas dentro delas. Elas são consumidas pela fome por relacionamentos. Um amigo nosso estava lamentando sobre o tanto que a sua mãe o liga. ‘Quão freqüente ela liga’ perguntei eu, supondo que ele estava exagerando. ‘Todo dia’ Ele respondeu. Todo dia é muito freqüente para uma mãe ligar para seu filho adulto que não mora mais em casa.
O triste é que mulheres desoladas tendem a esconder quem elas realmente são. Temos certeza que se alguém nos conhecesse não gostaria de nós – e não podemos nos arriscar a perder o relacionamento. Elas poderiam ser mulheres como Tulah de Casamento Grego, que literalmente se esconde atrás do balcão toda vez que um homem atraente entra na sua cafeteria. Ela esconde sua beleza atrás de grandes óculos (na era das lentes de contato?), roupas largas e cabelo preso. Ela não acredita que ela é digna de atenção. Mulheres desoladas se escondem por detrás de um ativismo. E é como mulheres em minha família aprenderam a levar a vida.
Minha mãe cresceu na parte rural de Dakota do norte. Seus pais passaram toda a vida morando na mesma casa em que ela nasceu. O pai dela era um homem desapegado e frio. Ele nunca falou palavras que meninas desejam ouvir. Ela nunca ouviu de seu pai que ela era preciosa e bonita. Ele nunca disse que a amava. Nenhuma vez. Depois de um dia terrível na escola, ela correu pra casa chorando. Profundamente machucada e soluçando, ela arriscou correr para o colo de seu pai para ser confortada. Ele a evitou. Sua mãe, ela sabia que a amava, mas mesmo assim, não expressava muito carinho. Não era permitido à minha mãe ter amigos em casa para brincar, pois eles iriam estragar as coisas da casa. Sala de estar não era para estar, mas para olhar. Os objetos da casa eram da mãe dela e era expressamente proibido tocar neles ou mudá-los de lugar.
Um dia, quando sua mãe estava entretendo convidados, minha mãe estava no andar de cima no banheiro. Como uma boa garota, ela sempre lavava as mãos depois de usar o banheiro. Então uma coisa muito ruim aconteceu. Ela não conseguiu fechar a torneira de volta. Numa casa com regras muito rígidas, ninguém poderia interromper quando seus pais recebiam visitas. A água escorria algo estava quebrado. Minha mãe era responsável. Ela ia ter problemas de toda forma. Então, minha mãe fez o que todos nós fazemos quando erramos e temos medo que os outros descubram. Ela se escondeu. A água ensopou o chão infiltrando no teto e pingando na cabeça das visitas no andar debaixo. Ela ter escondido, assim como quando nós escondemos, faz com que as coisas ficassem piores.
‘Eu estava com medo por que eu estava pelada, então eu me escondi’ Gen 3:10.
Uma das meninas que morava comigo na época de faculdade era uma mulher muito bonita, mas ela não sabia. Ela era boa, engraçada, inteligente e brilhante. Ela também era tímida e medrosa. Ela passava noites assistindo sua TV própria. Recusando convites para sair, ela ficava lá noite após noite por meses. Machucada, de coração partido de forma que a única conclusão era que ela achava refúgio nas comédias e comidas. Insegura de mais para entrar no mundo, então, ela se escondia. Somente se contentava em freqüentar as aulas e estocar sua comida.
Mulheres que se escondem são aquelas que nunca falam em um estudo bíblico ou reunião. Aquelas que quando vêem um vestido bonito em uma loja falam ‘Eu nunca poderia usar isso’. Nós nos ocupamos em festas de família que não podemos evitar. Escondemos-nos por detrás de nossa maquiagem. Escondemos-nos atrás de nosso humor, com silêncios de raiva e isolamentos de punição. Nós escondemos nosso verdadeiro eu e mostramos o que acreditamos que é desejável e o que achamos ser seguro de se mostrar. Nós agimos de maneira defensiva e nos recusamos a oferecer o que realmente vemos, acreditamos e sabemos. Não vamos nos arriscar à rejeição ou a parecermos bobas. Já falamos no passado e fomos encaradas com olhares de deboche. Não Vamos fazer isto de novo. Escondemos-nos por que temos medo. Nós fomos machucadas profundamente. As pessoas pecaram contra nós e nós pecamos também. Para nós, esconder significar segurança em um lugar sem dor. Pelo menos é o que pensamos. No esconder, tomamos o controle das coisas em nossas próprias mãos. Não voltamos para nosso Deus com nossos corações quebrados e desesperados. E não passa por nossa cabeça que nessa de esconder, algo precioso também é perdido – Algo que o mundo quer muito de nós.
Permissiva
Não importa se tendemos a dominar, controlar, ou a nos isolar no nosso desolamento nos escondendo, ainda existe uma dor que fica. Os mais profundos desejos em nossos corações não vão embora. Ai então, nos permitimos. Compramos coisas legais quando não estamos nos sentindo apreciadas. Nós comemos mais sorvete quando nos sentimos sozinhas. Nós nos transportamos para o mundo da fantasia para achar alguma água para nossos corações sedentos.
Romances, novelas, programas de TV, fofoca e as inúmeras revistas femininas que alimentam um sonho relacional que substitua a realidade. Mas nenhuma destas coisas realmente satisfaz. Então, nos encontramos tentando encher esse vazio com pequenas permissividades (nós as chamamos de hábitos ruins). Brent Curtis as chama de ‘pequenos casos de amor de nossos corações’. Essas pequenas permissividades são o que nós nos damos em vez de nos dar para o coração de Deus.
Ficamos sonhando acordadas no trânsito. Imaginamos conversas significativas onde falamos brilhantemente. Nós gastamos nossas imaginações em romances baratos, nos imaginando como uma bela heroína – atraente desejada e bonita. Nós somos grandemente criativas em nossas empreitadas permissivas, nossos adultérios de coração. Certamente, nós não nos limitamos em somente uma.
Pare um minuto e considere as suas. Para onde você vai quando sua ferida do coração começa a aparecer? Gastando dinheiro demais, jogando, descartando pessoas, comprando, bebendo, trabalhando, fazendo exercícios. Quando enchemos nossos corações de dúvida, pensamentos condenadores, ou até vergonha (pelo fato dessas emoções já serem familiares e confortáveis) nós estamos sem fé, nos permitindo ao invés de permitir que essa dor nos leve para mais perto de Deus.
Infelizmente, essas pequenas permissividades nos fazem sentir bem... por um tempo. Elas parecem funcionar, mas na verdade só aumentam nossa necessidade de nos permitir mais ainda. Esse é o pesadelo do vício. Mas isso vai muito além de ‘drogas’. Nós damos nossos corações para todo tipo de outros amantes que requer nossa atenção e que nos façam permitir de novo. Nós saboreamos o que achamos que é bom, nossos anseios param de doer tanto, por um minuto, e mais tarde nos encontramos vazios de novo. Precisamos ser preenchidas mais uma vez.
As maneiras que arrumamos para anestesiar nossas dores, nossos anseios, e nossas feridas não são benignas. Elas são malignas. Elas se impregnam nas nossas almas como câncer e assim, se tornam vícios que são cruéis para conosco. Nós as buscamos para um pouco de alivio para as mazelas das nossas vidas. Os vícios nos aprisionam em correntes que nos separam do coração de Deus e dos outros também. Isso é uma prisão solitária que nós mesmos construímos. Cada pequena parte desta corrente corresponde a escolhas permissivas que fazemos ao longo do tempo. ‘Nossos amantes se entrelaçaram com nossas identidades, de modo que as deixar isso ir adiante, parece mais com uma morte pessoal... Nós imaginamos se seria possível viver sem eles’(O Romance sagrado)
Não precisamos ter vergonha do fato que nossos corações doem que somos famintos e sedentos por mais. Todos os nossos corações doem. Todos os nossos corações estão insatisfeitos e de alguma forma querendo algo e desejando algo. É nossa necessidade insaciável por algo que nos leva para o nosso Deus. O que precisamos ver é que nosso controle, nosso ato de esconder e nossa permissividade nos separam dos nossos próprios corações. Nós perdemos contato com esses desejos que nos fazem mulheres. E quando os substituímos, jamais resolvemos as questões profundas de nossas almas.
O medo de Eva
Toda mulher sabe que ela não é o que ela foi criada para ser. Ela tem medo que isso vai ser descoberto – se já não o foi ainda – e tem medo de ser abandonada. Deixada sozinha para morrer sua morte de coração. Esse é o maior medo do coração da mulher – abandono. Não é? Em vez nos voltarmos para Deus, para reverter à postura que nos colocou nessa situação de crise, nós continuamos no mesmo caminho para tentar nos proteger do perigo deste mundo imprevisível.
Mas no fundo dos nossos corações, nossa pergunta permanece. Não respondida. Ou pior, respondida pessimamente em nossa juventude. Eu sou amável? Você me vê? Você quer me ver? Você é cativado pelo que você vê em mim? Nós vivemos assombradas pela pergunta ainda desconhecida que deve ser respondida.
Quando somos jovens, nós não sabemos nada sobre a Eva e as conseqüências do que ela fez para nossas vidas. Como nos afeta. Nós não estamos trazendo essa pergunta primeiro para Deus. Estamos nos dando às respostas mais dolorosas. Nós estamos machucadas acreditando em coisas horríveis sobre nós mesmos. Assim, toda mulher vem ao mundo caminhando para uma terrível quebra de coração.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
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